O que Donald Trump tem a ver com o seu cafezinho

Bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos representando o impacto das decisões internacionais na economia do café
Crédito da imagem: deepai.org (geração por IA)


Do discurso de Trump ao preço do café: como as decisões lá fora chegam à sua xícara

Quando você acorda e toma seu café, dificilmente pensa em Donald Trump. Mas o preço do seu cafezinho, da gasolina e até do pãozinho na padaria tem mais a ver com ele do que parece.

Basta um discurso inflamado, uma promessa de aumentar tarifas ou uma crise diplomática para o dólar disparar. E quando o dólar sobe, tudo o que depende de importação (de combustível a fertilizantes) fica mais caro. O impacto chega ao campo, passa pela indústria e termina no bolso do trabalhador.

O curioso é que o brasileiro sente a inflação “lá de fora” antes mesmo de entender de onde ela vem. O preço do café, por exemplo, sobe quando há problemas de safra, mas também sobe quando há especulação internacional ou tensão política entre as grandes potências da economia mundial.

O trabalhador paga a conta

No fim, quem sente na pele é quem trabalha e depende do salário no final do mês. A inflação  nos Estados Unidos não fica por lá somente. Ela viaja direto para o Brasil e se transforma em juros mais altos aqui. E juros altos significam aquele empréstimo que você pensou em pedir para reformar a casa ficando mais caro, o financiamento do carro pesando no bolso, e o cartão de crédito com parcelas mais salgadas.

 Conforme o crédito encarece, o consumo esfria e o custo de vida esquenta. O "efeito Trump" não se resume à política: é financeiro e chega silenciosamente a sua rotina, como um convidado indesejado na mesa do café.

Em momentos de instabilidade, investidores buscam segurança em moedas fortes, o que faz o dólar se valorizar. Quando isso acontece, o real perde força e o poder de compra do brasileiro diminui, mesmo sem ele ter feito nada.

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O Brasil no meio do tabuleiro

O Brasil é uma economia dependente de exportações e sensível às variações do mercado internacional. Quando há atrito entre as grandes potências — como EUA e China — o país sente no câmbio, nas commodities (petróleo, café, trigo) e até na mesa do consumidor.

Por isso, mesmo que você nunca tenha ouvido um discurso inteiro de Trump, suas palavras podem estar por trás do aumento do café, da carne e do combustível. É o preço de viver em um mundo conectado, onde decisões de poucos afetam a rotina de muitos.

No fim, o café da manhã é só o começo. O que vem dos EUA ou da China dita o ritmo do que acontece por aqui. E, enquanto o Brasil não aprender a proteger melhor sua economia, o cidadão comum continuará pagando por decisões que não tomou.

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